
Anderson Viegas
De Dourados (MS) –
Com a perspectiva de aumento do consumo do etanol nos mercados interno e externo, do crescimento do consumo de açúcar e de eletricidade e ainda da crescente demanda de matéria-prima para novos produtos, o setor sucroenergético nacional tem o desafio de dobrar sua produção de cana em um período de sete anos, passando de 560 milhões de toneladas para 1,2 bilhão de toneladas.A avaliação foi feita pelo diretor executivo da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão, durante palestra no 6º Congresso da Cana de Mato Grosso do Sul (Canasul), em Dourados.
Para exemplificar esse aumento de demana para o setor, Leão citou as projeções feitas para os veículos flex. A frota de carros bicombustíveis do País, deve passar dos atuais 51% para 81% e das motos saltar dos 11% para 61%.
No caso da eletricidade, ele aponta que a perspectiva é de um crescimento de 4,5% ao ano e que o setor tem um potencial previsto de geração até 2020 de 15.287 MW médios, o que representa o equivalente a três usinas de Belo Monte.
O diretor da Unica aponta ainda que para suprir o mercado doméstico do açúcar e manter 50% de participação no mercado mundial do alimento, o setor sucroenergético brasileiro terá de ampliar sua produção até 2020 em 15,7 milhões de toneladas, saindo das 35,3 milhões de toneladas do ciclo passado e chegando até 51,1 milhões de toneladas.
Leão diz ainda que se projeto o aumento da demanda de cana para fabricação de novos produtos, como o plástico verde, o diesel da cana, o querosene, a gasolina de cana, entre outros, além da perspectiva de internacionalização do etanol, com o incremento de consumo principalmente nos Estados Unidos.
Mesmo com a demanda crescente, o diretor da Unica diz que o setor enfrenta uma crise em razão da perda de rentabilidade, em que o custo de produção aumentou e a receita caiu. Como resultado deste processo, o segmento estagnou e 10% das usinas pararam de moer.
Para que o setor retome o seu ritmo de crescimento, Leão apresenta uma série de propostas. Entre elas se destaca a necessidade de um planejamento estratégico da matriz energética com uma meta estabelecida de participação do etanol, desoneração tributária e incentivos a projetos de novas usinas e de bioeletricidade.